Embora a Dra Odete Santos ache que não, está comprovado que a partir da concepção, do encontro entre o espermatozoide do pai e o ovulo da mãe, há vida. A partir desse momento, o embrião desencadeia uma série de reacções químicas que servem para "comunicar" com o organismo da mãe, avisando-o que ele existe. A nidação é o momento em que o corpo da mãe aceita este novo ser.
Eu penso que aquele embrião não só é uma vida como é um ser humano. A minha lógica é esta: Nós estamos sempre em crescimento. Eu sou completamente diferente do que era há uns anos atrás. Estou mais crecida tanto intelectual como fisicamente. Aliás, vejam só, sou capaz de ter uns neurónios a menos. Qual é o critério que podemos arranjar para dizer que aquilo que está dentro da barriga da mãe não é uma vida? É porque não o tocamos? É porque é pequeno? É porque não tem um tronco cerebral completo? É bom pensarmos que podemos ouvir o coração do feto e que, agora, até o podemos ver perfeitamente a mexer-se dentro do ventre materno, graças às ecografias. É bom pensarmos que o ser pequeno ou grande seria um critério absurdo. (Eu sou maior que tu, por isso sou mais pessoa?) Se calhar convém saber que o nosso tronco cerebral também vai sofrendo alterações à medida que crescemos "cá fora". Que, por exemplo, um bébé de 8 meses tem 1000 triliões sinapses e uma criança aos 8 anos tem 500 triliões. É por perder estes "transmissores de informação cerebral" que é menos pessoa?
Acho que não podemos encontrar nenhum critério nem científico, nem filosófico, nem ético, para a determinação do começo da pessoa humana. Simplesmente porque ele não existe. Seria um critério puramente subjectivo. Sempre. Por isso defendo que a vida humana e a pessoa humana começam no início :). Numa célula tão pequenina mas que já contém toda a informação que nos define e que nos torna únicos e irrepetíveis.
Se sabemos isto, como podemos votar numa lei que desprotege por completo a vida do feto até às 10 semanas? Que este novo ser estará completamente indefeso nas mãos da vontade da mãe? será que este limite das 10 semanas tem algum sentido? Limite que ainda por cima nem está devidamente especificado(é até às 10 semanas de desenvolvimento do feto ou de gravidez, que é duas semanas mais tarde? Será que não por uma questão de poder dar jeito a alguem que a pergunta referendaria e possivelmente a lei contêm esta indefiniçao?)?
(sei que este é apenas um "prato da balança" como diz o Dr. Marcelo Rebelo de Sousa. O outro prato ficará para outro post.)
Abortar é sinónimo de matar.