domingo, janeiro 28, 2007

Não.

Embora a Dra Odete Santos ache que não, está comprovado que a partir da concepção, do encontro entre o espermatozoide do pai e o ovulo da mãe, há vida. A partir desse momento, o embrião desencadeia uma série de reacções químicas que servem para "comunicar" com o organismo da mãe, avisando-o que ele existe. A nidação é o momento em que o corpo da mãe aceita este novo ser.
Eu penso que aquele embrião não só é uma vida como é um ser humano. A minha lógica é esta: Nós estamos sempre em crescimento. Eu sou completamente diferente do que era há uns anos atrás. Estou mais crecida tanto intelectual como fisicamente. Aliás, vejam só, sou capaz de ter uns neurónios a menos. Qual é o critério que podemos arranjar para dizer que aquilo que está dentro da barriga da mãe não é uma vida? É porque não o tocamos? É porque é pequeno? É porque não tem um tronco cerebral completo? É bom pensarmos que podemos ouvir o coração do feto e que, agora, até o podemos ver perfeitamente a mexer-se dentro do ventre materno, graças às ecografias. É bom pensarmos que o ser pequeno ou grande seria um critério absurdo. (Eu sou maior que tu, por isso sou mais pessoa?) Se calhar convém saber que o nosso tronco cerebral também vai sofrendo alterações à medida que crescemos "cá fora". Que, por exemplo, um bébé de 8 meses tem 1000 triliões sinapses e uma criança aos 8 anos tem 500 triliões. É por perder estes "transmissores de informação cerebral" que é menos pessoa?
Acho que não podemos encontrar nenhum critério nem científico, nem filosófico, nem ético, para a determinação do começo da pessoa humana. Simplesmente porque ele não existe. Seria um critério puramente subjectivo. Sempre. Por isso defendo que a vida humana e a pessoa humana começam no início :). Numa célula tão pequenina mas que já contém toda a informação que nos define e que nos torna únicos e irrepetíveis.
Se sabemos isto, como podemos votar numa lei que desprotege por completo a vida do feto até às 10 semanas? Que este novo ser estará completamente indefeso nas mãos da vontade da mãe? será que este limite das 10 semanas tem algum sentido? Limite que ainda por cima nem está devidamente especificado(é até às 10 semanas de desenvolvimento do feto ou de gravidez, que é duas semanas mais tarde? Será que não por uma questão de poder dar jeito a alguem que a pergunta referendaria e possivelmente a lei contêm esta indefiniçao?)?
(sei que este é apenas um "prato da balança" como diz o Dr. Marcelo Rebelo de Sousa. O outro prato ficará para outro post.)
Abortar é sinónimo de matar.

Tempo de Espera

Sinopse:
“A peça acontece num ambiente de miséria extrema, no qual os elementos de uma família são obrigados a coexistir, cada um trancado dentro do seu próprio universo. O clímax acontece quando, após um parto extraordinariamente violento e primitivo, a Mãe dá à luz uma criança morta. No meio da confusão, a filha consegue finalmente fugir daquela realidade. O espectáculo materializa em cena a fome, a apatia, a falta de capacidade de reagir. Para isso o autor optou por escrever uma peça sem diálogos. As personagens não falam. Não porque se expressem por mímica, mas porque não têm nada a dizer. O único som existente é de um irónico programa de rádio, fonte exclusiva de alguma espécie de alimento cultural, que martela todos os sonhos e fetiches da alienação social.
Durante quase todo o tempo as personagens esperam. Em tensão. E em silêncio."

Eu não sei o que é o teatro. Sei que o sinto como um momento (ou uma sequência deles) único e irrepetível de comunicação entre pessoas. E sei que, só quando acontece este inexplicável entre actores, técnicos, encenador e público, só quando acontece esta cumplicidade estranha e íntima, só quando há este contacto, só assim acontece teatro.
“Tempo de Espera” foi Teatro com t maiúsculo. Senti que me encostavam à parede e me diziam: “Agora olha”. E, olhando, vi todas as coisas que sabemos existir mas tendemos a ignorar. Tal como as personagens, não tenho palavras, não porque esteja trancada no meu universo (Ou estarei? Não estaremos todos?), mas porque não há palavras para ilustrar o que acontece em cena, aquela única e irrepetível vez. Apenas digo que há muito tempo não via teatro assim.

Preâmbulo

Este post vai marcar o início de uma série de outros 10. 10 razões (quem diz 10 diz outras tantas ou menos algumas) que justificam o meu voto pelo NÃO no próximo referendo. Não tenciono ser desrespeitosa, passando a falsa ideia de que desvalorizo por completo "o outro lado", nem apresentar as minhas razões como se fossem verdades absolutas porque não o são. Quero apenas afirmar-me na blogosfera e, qui sa, ajudar quem possa estar ainda cheio de dúvidas e confuso em relação à sua posiçao e ao seu voto devido à real complexidade deste problema.
(atenção que estes posts são assinados por mim, NONO. Não seria justo que a minha querida companheira de blog fosse enfiada no saco das críticas que, provavel e muito possivelmente, irão surgir).

quinta-feira, janeiro 25, 2007

O Mundo

E o mundo não chega.
E o mundo não pára.
E o teu mundo não chega.
E o teu mundo não pára.

E quando tu respiras, o mundo não pára.
E quando tu choras, o mundo não pára.
E quando tu sentes, o mundo não pára.
E quando tu ris, o mundo não pára.
E quando tu brincas, o mundo não pára.
E quando tu desesperas, o mundo não pára.

O mundo não pára, nunca pára, só porque tu sentes que a tua vida parou.
E quando sentes que ela avança, e anda, e pula, e acontece, o mundo também não pára.
Mas também não acelera.

E quando tudo parece claro como água
Ou quando parece confuso como o fumo,
O mundo também não pára.

E eis a dura verdade: o mundo não anda ao ritmo do teu batimento cardíaco.

Uma verdade vertical

Descobri que não vale a pena perder tempo a pensar por que será afinal importante ser vertical na vida, mergulhando para isso nas raízes mais profundas da Filosofia, da Ética, da Moral e dessas coisas todas terminadas em -ia. A minha irmã diz tudo numa só frase! (sabem aquelas que gostavam de ter sido vocês a lembrar-se, sabem?)

“É importante sermos verticais na vida enquanto a vivermos. Depois dela, seremos sempre horizontais.”

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Avolumadas Teorias

Um dia, quando a nuvem escura da primeira frequência começou a pairar sobre as nossas cabeças, tive a infelicidade de perguntar a um amigo: “Pois é, sai até ao fim do primeiro volume, certo?” Fiquei muito corada quando ele me disse: “Rita, não é para te assustar, mas há mais um volume!” Claro. Eu sabia. Nessa altura, do alto da minha ignorância (que estranhamente se mantém…), pensei para com os meus botões: quatrocentas páginas, ok. Nem é muito. Ai, se eu tivesse sabido…
Qual não foi o meu espanto quando descobri, mais ou menos a meio desse segundo volume, umas seis ou sete páginas daquilo que parecia ser um índice. “Que estupidez, pôr o índice a meio do livro! Ai, este Rabin…” Só quando vi melhor, quando olhei para as entrelinhas daqueles títulos e subtítulos e secções e subsecções é que percebi a mais dura das verdades… Aquele “índice” insignificante a meio do segundo volume era uma remissão directa para a magnífica dissertação de doutoramento do homem e aquelas engraçadas linhas eram na verdade setecentas e três páginas sobre tudo o que há para saber de direitos da personalidade!!! Ai, como te odeio, Capelo de Sousa! (ups, acho que isto é uma ofensa ilícita à dignidade humana e à identidade do professor… mas é um desabafo meu! Talvez isso conte como causa de exclusão de ilicitude à violação destes direitos de personalidade…)
Muitos momentos de desespero depois, estas páginas de tese entaladas a ferros no programa acenderam-me uma luz (sim, tipo interruptor). Empurrar uma tese para um qualquer Secção III de um qualquer livro não editado é chegar a um patamar. E há tanta a gente a viver a vidinha por patamares… Quantos professores universitários não se vêem ascender ao patamar de Deus quando se tornam catedráticos? Do alto da sua cátedra contemplam a obra criada, ditam os apontamentos que outrora escreveram e não mexem mais no programa, que está finalmente perfeito, apenas acrescentando um índice pequenino a remeter para a tese. Infelizmente para nós, pobres estudantes, o destino está traçado. E a mensagem que passa, mesmo parecendo absurda, é a de comodismo e conformação: “eu já fiz a minha parte, já trabalhei muito e já mereci o meu descanso. Agora é a vossa vez de queimar as pestanas”. E se eu prezar as minhas pestanas? Talvez seja absurda esta interpretação, ou então não é assim tão ridícula e tem até algumas semelhanças com, imagine-se, a praxe. Os “doutores”, os veteranos, o deus catedrático… Uma escalada de grau em grau até ao topo! Quase como se confirmasse e, de algum modo, justificasse, a crença profundamente enraizada na hierarquia académica de que o tempo é factor único de valoração e que, quanto mais ele passa, mais alto se está no pedestal do respeito.
E eis que regressa o assombroso pensamento das setecentas páginas… Acho que, no meio disto tudo, já só me pergunto: por que é que alguém se lembra de escrever setecentas e três páginas sobre UM número de UM dos 2334 artigos do Código Civil? (estou claramente a hiperbolizar: o número dois também aparece).
Abençoada vida de estudante!

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Um dia

Um dia acordou e descobriu-se sozinha. Sem rumo, sem rotas, sem metas. Apenas ela. Nesse dia aprendeu o cliché de que é impossível viver sem esperança. E então questionou-se:
– Como pude chegar eu aqui, assim desta maneira? Como foi possível ter chegado até aqui sem nada, com apenas o meu corpo, a minha cabeça, o meu espírito, o meu coração, a minha alma (se é que somos um corpo e uma alma e não simplesmente um todo)? Como foi possível chegar aqui e renunciar a tudo o que me foi ensinado? Como foi possível chegar até aqui sem paredes nem estruturas? Como foi possível ter deixado ruir a minha cabana? Por que renunciei tão prontamente a todas as construções de ferro e aço que me foram impingidas? Por que não aceitei simplesmente tudo o que me deram? Por que não aceitei tudo o que me foram dando sem ousar recusar? Teria sido tão mais fácil… Por que questionei tudo até ao tutano para depois recusar todas as coisas que me foram oferecidas? Por que deixei mirrar as minhas raízes até ao ponto de ruptura? Como foi possível ter deixado calar a minha voz interior?... E agora? O que faço? Como prossigo a partir deste ponto, como reconstruo os meus pilares e ergo a minha casa?

Um dia acorda e descobre-se viva. Sozinha, ainda, mas viva. Sozinha porque somos todos sozinhos, porque não há Amor que nos tire a solidão. Mas viva porque tem consciência de si. Porque se sabe aqui. Viva porque deseja rumos, rotas, metas. Viva porque sente a esperança. Viva porque deseja outras vidas, outros corpos, outras casas, outros portos e caminhos. Viva porque busca a sua verdade. Viva porque se busca, porque nos busca, porque nos deseja – apesar dos medos. Viva porque quer ser útil. Viva porque está activa e parar é morrer. E porque é estupidamente ténue a linha invisível entre o prazer e a dor, entre a lucidez e a loucura, entre a morte e a vida…

Um dia vai acordar e descobrir que valeu a pena. Porque não há esperança se não houver Amor. E não há sentido para nada se não houver tudo isto.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Velhices

Conheço pessoas muito velhas. Pessoas da minha idade, com dois ou três anitos a mais, e que são velhas, demasiado velhas. Não é que tenham a testa enrugada de preocupações e andem curvadas e tenham artroses e doenças que tais, não é que se queixem de tudo e de nada, não é que falem na morte, não é que se queixem da pensão e dos impostos, não é que se queixem do ladrão do Estado (se bem que disso toda a gente se queixa…), não é que tenham filhos e netos e lhes façam uma grande festa e lhes chorem a lagrimazinha de saudade da vida que chega ao fim. Não.
São jovens simplesmente velhos, velhos porque se crêem velhos, porque se sentem velhos, porque se acham velhos. Velhos porque gastam a juventude toda a pensar no seu envelhecimento precoce… e se esquecem do vigor que há nos seus corpos e da energia que há nas suas mentes e da capacidade criadora e produtiva que possuem.
Em muitos de nós o Passado persegue o Presente e, muitas vezes, nos baralha o Futuro. E em todos nós há essa nostalgia melancolicamente dramática, essa saudade que nos arrasta para um tempo perfeito em que fomos verdadeiramente felizes. Naquela altura, quando éramos jovens e ingénuos e puros e inocentemente felizes, naquela altura sabíamos viver. Agora estamos velhos, já vivemos muita coisa dolorosa, já sabemos de mais da vida. Somos experientes. Somos velhos. Temos entre vinte e vinte e cinco anos. Vivemos o fantasma da velhice na terceira década de vida. E depois voltaremos a vivê-la na septuagésima… de verdade. Aquela velhice real de tremer o corpo, de tomar dez medicamentos por dia, de viver por viver, de esperar simplesmente que a morte chegue para ir para junto de quem já partiu, a velhice do corpo que não obedece ao espírito, a velhice da solidão… mas essa agora está longe. E a outra é a que interessa.
A velhice dos vintes não me convence. Eu, que sou nova, acredito na juventude verdadeiramente jovem. E também que há serenidades que só se encontram quando aceitamos aquilo que, com o Passado que fomos, o Presente nos faz – e que isso é uma forma de maturidade que não implica abdicar da juventude. Ser velho não é igual a ser adulto nem é sinónimo exclusivo de experiência. Saber integrar na nossa pessoa as nossas experiências, aprender com elas e tornar-nos mais experientes com elas… isso é sabedoria, isso é crescer, isso é estar vivo. E cheio de força. (Ainda que tudo seja só “palavras, palavras, palavras”…)

terça-feira, janeiro 09, 2007

Ao estilo de...

Fico à margem a olhar, sem ver, o rio
Que corre destinado a desaguar.
Na sombra verde de ramos
(abrigo ou esconderijo?),
na vida verde da erva
(assento ou sepultura?),
Deram-me os deuses este lugar marginal
donde vejo um rio de gotas tão diferentes
que correm juntas, partilhando a corrente.
E eu, aqui, parada, na sombra enxuta,
morrendo sem sentir
a vida no meus pés.

Para que conste, eu sou mais do género de mergulhar. Bem fundo. E explorar as pedrinhas e os peixinhos que se escondem lá de baixo. Gosto de sentir a corrente da vida. Aceitá-la, rejeitá-la, contrariá-la. Gosto de vir ao de cima, de vez em quando... respirar... sentir-me mais leve e a boiar... p'ra de novo mergulhar sem medos... 'pera lá! isto dava um texto bem giro! esqueçam lá esta parte para eu depois nao me repetir no texto que escrever sobre isto! ; )

Ah! Já agr... é ao estilo de quem? De que poeta bem conhecido? Quem adivinha? Fica o desafio! :)

Se

E se tudo for excessivamente pessoal?
E se tudo revelar tudo de nós?
E se todas as palavras
Forem véus translúcidos
Para a nossa humanidade?

Então a dor de se saber pessoa
É mitigada pela partilha dessa dor.
Somos todos iguais no interior
E fingimos todos ser aquilo que queremos
Sorrimos, amamos, rimos e sofremos
E é nessa humanidade que o nosso ser ressoa.

domingo, janeiro 07, 2007

A fuga do advérbio de modo

Tristemente abri o livro na introdução
E li diagonalmente algumas passagens.
O Português era fraco e sóbrio e não
Encontrei sombras de Juridiquês.
Tentei não entrar em pânico e respirei fundo.
Tinham de estar em algum lado.
Novamente, abri o livro e li
Rapidamente mais umas passagens.
Não acreditei nos meus olhos,
Não podia ser, não podia ser!
Insisti teimosamente mais uma vez
E estupefactamente soube a verdade…
Nem um! Nem um advérbio de modo!!!

Oh, desespero! Oh, devastação!
Fugiram desesperadamente
Desse insuportavelmente complexo
Universo jurídico!
Saltaram inconscientemente
Dessas longas e horríveis páginas
E deixaram-me sozinha no meio
De tantas palavras sem sal!!!
Que vai ser de mim sem advérbios,
Sem frases intrincadas e indecifráveis,
Sem ideias rocambolescas e labirínticas?
Para onde foi ele? Hã? Para onde foi? 
Senhores juristas, respondam ao meu apelo!!!
Para onde fugiu o advérbio de modo???

Ansiosamente,
Procuro nas páginas teóricas
De uma teoria impossível
Esse salvador da pátria
E da minha sanidade mental.
Não encontro e desesperadamente entro em pânico.
Palavras secas e ideias sem sumo, notas soltas
Ao longo de trezentas páginas insípidas.
Oh, triste sina a nossa!
Saudosamente relembro esse companheiro de
Horas desesperadas
E secretamente desejo reencontrá-lo
Num amontoado de palavras todas iguais.

Desisto finalmente de encontrar
Com agrado esse artificio poético.
E, em vez dele, desespero com
Paginas e páginas de artigos,
E algumas palavras pelo meio.
Paradoxalmente não acho graça
A glosar as remissões para o Código Civil
E recordo saudosamente
O livro que nos fazia rir a bom rir
Com frases estupidamente confusas
E complexamente intrincadas!

Oh, quem dera agora encontrar
Um bordão ridículo e suculento
No meio de tanta juridiquice
E satirizá-lo e escarnecê-lo
E desse modo me vingar
Da insuportável obrigação
De estudar as fontes, os princípios
As codificações e quantas alegações
Nos obrigam a ler e debitar!!!

sábado, janeiro 06, 2007

Ploft! Cai...

Admito. Perdi.
...ou perdi-me.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Memórias

Não estou magoada, triste, enraivecida.
Estou só. Comigo e com as minhas memórias.
Remoo tudo. Tudo o que posso remoer.
Tudo o que quero e até o que não quero.
Invadem-me a cabeça
Como um balão que ocupou o lugar do cérebro
e que vai enchendo, enchendo, sem controlo.
Memórias.
Memórias.
Memórias.
Toda a minha racionalidade
se afoga nas memórias.
Umas passam como flashes
Outras chegam como flashes mas
ficam.
Todos os meus planos metodicamente desenhados
para que a fuga ao medo e à dor fosse possível
são sugados por esse balão
cheio
berrante
imparável
avassalador
enorme
das memórias.
Se não as tivesse!
Se não me recordasse de nada
não pudesse trazer nada ao coração
passaria tudo tão mais rápido,
Subtilmente,
soprado pelo vento da alma.
É essa brisa que agora vai enchendo
o balão que há-de rebentar.
depois as memórias sair-me-ão pelos ouvidos,
pelo nariz,
pela boca,
pelos olhos,
até ficar vazia...
... de ti.
e aí, poderei encher de novas coisas a cabeça
respirando novos pedaços de mundo.
sem filtros.