domingo, janeiro 28, 2007
Não.
Tempo de Espera
Preâmbulo
quinta-feira, janeiro 25, 2007
O Mundo
E o mundo não chega. E o mundo não pára. E o teu mundo não chega. E o teu mundo não pára. E quando tu respiras, o mundo não pára. E quando tu choras, o mundo não pára. E quando tu sentes, o mundo não pára. E quando tu ris, o mundo não pára. E quando tu brincas, o mundo não pára. E quando tu desesperas, o mundo não pára. O mundo não pára, nunca pára, só porque tu sentes que a tua vida parou. E quando sentes que ela avança, e anda, e pula, e acontece, o mundo também não pára. Mas também não acelera. E quando tudo parece claro como água Ou quando parece confuso como o fumo, O mundo também não pára. E eis a dura verdade: o mundo não anda ao ritmo do teu batimento cardíaco.
Uma verdade vertical
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Avolumadas Teorias
segunda-feira, janeiro 22, 2007
Um dia
quinta-feira, janeiro 11, 2007
Velhices
terça-feira, janeiro 09, 2007
Ao estilo de...
Se
E se tudo for excessivamente pessoal? E se tudo revelar tudo de nós? E se todas as palavras Forem véus translúcidos Para a nossa humanidade? Então a dor de se saber pessoa É mitigada pela partilha dessa dor. Somos todos iguais no interior E fingimos todos ser aquilo que queremos Sorrimos, amamos, rimos e sofremos E é nessa humanidade que o nosso ser ressoa.
domingo, janeiro 07, 2007
A fuga do advérbio de modo
Tristemente abri o livro na introdução E li diagonalmente algumas passagens. O Português era fraco e sóbrio e não Encontrei sombras de Juridiquês. Tentei não entrar em pânico e respirei fundo. Tinham de estar em algum lado. Novamente, abri o livro e li Rapidamente mais umas passagens. Não acreditei nos meus olhos, Não podia ser, não podia ser! Insisti teimosamente mais uma vez E estupefactamente soube a verdade… Nem um! Nem um advérbio de modo!!! Oh, desespero! Oh, devastação! Fugiram desesperadamente Desse insuportavelmente complexo Universo jurídico! Saltaram inconscientemente Dessas longas e horríveis páginas E deixaram-me sozinha no meio De tantas palavras sem sal!!! Que vai ser de mim sem advérbios, Sem frases intrincadas e indecifráveis, Sem ideias rocambolescas e labirínticas? Para onde foi ele? Hã? Para onde foi? Senhores juristas, respondam ao meu apelo!!! Para onde fugiu o advérbio de modo??? Ansiosamente, Procuro nas páginas teóricas De uma teoria impossível Esse salvador da pátria E da minha sanidade mental. Não encontro e desesperadamente entro em pânico. Palavras secas e ideias sem sumo, notas soltas Ao longo de trezentas páginas insípidas. Oh, triste sina a nossa! Saudosamente relembro esse companheiro de Horas desesperadas E secretamente desejo reencontrá-lo Num amontoado de palavras todas iguais. Desisto finalmente de encontrar Com agrado esse artificio poético. E, em vez dele, desespero com Paginas e páginas de artigos, E algumas palavras pelo meio. Paradoxalmente não acho graça A glosar as remissões para o Código Civil E recordo saudosamente O livro que nos fazia rir a bom rir Com frases estupidamente confusas E complexamente intrincadas! Oh, quem dera agora encontrar Um bordão ridículo e suculento No meio de tanta juridiquice E satirizá-lo e escarnecê-lo E desse modo me vingar Da insuportável obrigação De estudar as fontes, os princípios As codificações e quantas alegações Nos obrigam a ler e debitar!!!