quinta-feira, janeiro 25, 2007

O Mundo

E o mundo não chega.
E o mundo não pára.
E o teu mundo não chega.
E o teu mundo não pára.

E quando tu respiras, o mundo não pára.
E quando tu choras, o mundo não pára.
E quando tu sentes, o mundo não pára.
E quando tu ris, o mundo não pára.
E quando tu brincas, o mundo não pára.
E quando tu desesperas, o mundo não pára.

O mundo não pára, nunca pára, só porque tu sentes que a tua vida parou.
E quando sentes que ela avança, e anda, e pula, e acontece, o mundo também não pára.
Mas também não acelera.

E quando tudo parece claro como água
Ou quando parece confuso como o fumo,
O mundo também não pára.

E eis a dura verdade: o mundo não anda ao ritmo do teu batimento cardíaco.

1 comentário:

Príncipe Myshkin disse...

"E eis a dura verdade: o mundo não anda ao ritmo do teu batimento cardíaco."
Caramba!

O verso final é uma excelente chave de ouro para o poema, mas este perde-se um pouco no meio de todas as repetições que tendem a tornar-se inexpressivas. Já te li melhores aqui, mas este parece mais um desabafo muito sincero de um certo desespero do que um verdadeiro esforço de poetizar um sentimento. E nesse sentido, é de uma honestidade sublime.