Não é preciso ser-se grande filósofo para perceber o que aqui nos diz Schopenhauer. Mas é preciso ser-se poeta (ser poeta é ser Homem) para se apreciar a força de uma imagem tão sugestiva.
De acordo com a parábola de Schopenhauer, os porcos-espinhos de uma manada apertavam-se uns contra os outros, numa manhã gelada de Inverno, para se protegerem do frio e se aquecerem mutuamente; mas, ao apertarem-se deste modo, não podiam evitar a dor de se picarem uns aos outros. Oscilando entre estas duas situações penosas, acabaram por ter de encontrar a distância aceitável entre eles a fim de tornar a situação suportável. De modo semelhante, a necessidade de sociedade puxa os homens uns para os outros, mas as suas qualidades indesejáveis e os seus defeitos insuportáveis afastam-nos novamente.
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