Chutada para um canto do universo, ou tendo rebolado para aí livremente, a Humanidade chora, amarrotada em papel. Revê com cuidado cada passo, cada escolha, cada cova do sofa onde tantas vezes se sentou obesamente e ficou à espera do destino, do não sabe ela de quê. Caminhou mal e depressa demais, escolheu mal e depressa demais, acomodou-se bem e por tempo demais. Agora chora rasgada, chamuscada nos cantos, preenchida pelo pó, amarelacastanhada da velhice. Quanto mais evoluia, menos progredia... e quanto mais escolhia, menos caminhos de escolha encontrava..(só o remedeio). E o mal estava nela propria, na falta de amor-proprio, ou na baixa auto-estima, possivelmente. Auto-destruiu-se destruindo as barreiras que a protegiam no espaço e destruindo os laços que a tornavam uma, una. fragmentou-se em milhares, milhões, biliõs, triliões de Humanidades que lutavam pelo seu pedacinho de papel, onde escreviam as suas leis, as suas regras, os seus tratados, as suas politicas. Depois vieram as alianças e depois as guerras e depois as mortes e depois o rompimento das alianças e depois as guerras e mortes e... E agora é papel. Depois do osso, da pedra, do ferro, do aço... é papel.
Tudo porque alguém lhe disse: "Levanta-te e anda." e ela sentou-se e mandou.
quarta-feira, julho 20, 2005
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