Vassoura. A que varre. Deixa que tudo se suje. Fique porco. Com bolas de cotão. Camadas de pó. Para depois limpar. Varrer. Tudo para dentro da pá. Para voltar para um canto. E deixar que tudo se volte a sujar. Da mesma maneira. Com a mesma intensidade.
Quando encontrar um sentido para isto, eu comunico.
1 comentário:
Isto pode ser só um estado de espírito, ou simplesmente uma teoria literária, mas o texto parece-me um pouco trágico porque absurdo (as duas coisas são fundamentalmente a mesma). É como que uma metáfora de todos os rituais, de todas as rotinas, de tudo o que se repete. Mas pior que isso: é uma metáfora dos erros que fazemos uns com os outros - e estupidamente repetimos, porque não sabemos aprender. Sujamos, limpamos: mas há algo de absurdo em não eliminar a fonte de sujidade, em vez de limpar uma e outra vez. Estamos sempre a sujarmo-nos e varremos as memórias. A questão importante é: e quando já não houver canto para despejar a pá porque o lixo ocupou o quarto todo? Acho que nada disto faz muito sentido. Consequência de escrever a estas horas. Penso que quando encontrar um sentido para isto, eu comunico (plágio!).
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