Este Verão aprendi uma dessas histórias. Aprendi um história que fez História. O Santo que conheci chama-se S.Francisco Xavier. Este ano celebram-se 500 anos passados desde a data do seu nascimento. S. Francisco fascinou-me. Era um jovem espanhol rico que residia num castelo em Xavier. Era inteligente, astuto, bonito, ambicioso, um óptimo atleta e com jeito para as miúdas. Quando chegou a altura, foi estudar para Paris na Universidade de Sorbonne. Levava a típica vida de estudante... divertia-se com os amigos, bebia uns copos, praticava desporto, namoriscava, estudava. Partilhava o quarto com um amigo de longa data - Pedro Fabro. Certo dia, passa a partilhá-lo também com um estranho homem chamado Inácio, que se vestia de forma andrajosa, parecia bem mais velho do que realmente era, ... e era um grandessíssimo beato. Estava sempre a falar de Deus a Francisco e repetia-lhe vezes sem fim a frase : "De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro se depois vier a perder a sua alma". A principio, esta frase não era para Francisco mais do que sinónimo de gastar latim mas começou a ganhar sentido quando os dois começaram a conversar. Através de Inácio, Francisco conheceu Deus, conheceu o essencial, conheceu o caminho que devia percorrer, caminho este que não passava nem pela carreira de Mestre de Artes, nem pela glória de ser um grande atleta, nem pela vaidade de ser bonito mas por se agarrar ao essencial e esquecer o "mundo inteiro", esquecer aquilo que dantes o decorava mas não o enchia. Passava por se juntar a mais uns amigos que partilhavam o mesmo projecto de vida e com eles formar a Companhia de Jesus, seguindo o Seu exemplo. Assim surgiram os primeiros jesuítas. Francisco acabou por aceitar a missão proposta pelo Papa, partindo para a Índia em evangelização. E assim passou o resto da sua vida. Em lugares desconhecidos, com culturas e pessoas de diferentes hábitos e tradições, tocando onde quer que fosse com a palavra de Deus. Dizia, numa das suas cartas, que por vezes, de tanto baptizar lhe doíam os braços ao ponto de nem os conseguir levantar. Ao peito, trazia escrito num papel o nome dos Companheiros e consigo viajava sempre a cruz oferecida por Inácio, diante a qual muitos se converteram. Acabou por levar Deus até ao Japão, onde percebeu que para conseguir cumprir a sua missão teria de ir até à China. Foi precisamente às portas desse império, deitado numa esteira na areia de uma ilha a poucos quilómetros do solo chinês, esperando pelo barqueiro que tardava a vir, amparado num seu amigo e agarrando a cruz de Inácio, que S. Francisco Xavier morreu de exaustão.
Foi com esta sua história que S. Francisco que fascinou.
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