Só queria poder fazer planos e sentir a vida a começar... :(.
segunda-feira, junho 23, 2008
sexta-feira, junho 20, 2008
Programa de combate à iliteracia e ao analfabetismo cultural
A cultura é um dos bens mais preciosos da Humanidade e representa, em cada geração, o principal legado que os que nos precederam nos deixaram. Devemos todos, portanto, conhecer e respeitar essa herança para que possamos transmiti-la aos que nos seguem… Ainda que a cultura tenha muitas facetas (a música, as artes visuais e plásticas, a filosofia, etc., etc.), a verdade é que um dos elementos essenciais dessa herança se revela na literatura, na escrita que os nossos antepassados cultivaram e que os nossos contemporâneos continuam a produzir. Foi em prosa ou poesia, em romances, novelas ou contos, em ensaios ou manifestos que gerações e gerações de pessoas se exprimiram, pensaram, afirmaram ou se divertiram…
Seja a nossa profissão arquitecto, desenhador, jurista, músico, economista, artista plástico, professor, gestor, político, etc., é essencial que nos sintamos inseridos nesse património, de forma a não ficarmos à margem dos debates de ideias do nosso tempo. Aliás, mesmo a um profissional de limpeza de sanitas fará jeito essa familiarização com o património cultural dos nossos antepassados: ainda que isso não melhore directamente a sua competência para pôr sanitas a reluzir, ajudará a fazer dele um tipo capaz de se divertir e de pensar sobre si próprio… A ser mais Homem, portanto!
Assim, e dadas as lacunas que em casa se sentem nessa matéria, com efeitos terríveis a prazo, elaborou-se um “Programa de combate à iliteracia e ao analfabetismo cultural”.
Objectivo: No prazo de 6 meses, ler e fazer uma pequena ficha de leitura de um conjunto escolhido de obras da literatura mundial e da literatura em língua portuguesa. A pequena ficha deverá também incluir uma pequena biografia do autor e um mini retrato do tempo em que o livro foi escrito (pode usar-se a internet para fazer esta parte do trabalho).
O programa não pode ser encarado como um hobby nem será coisa que ninguém faça “por gosto”… Ao contrário, terá de ser olhado como “trabalho”, como uma seca horrível mas… obrigatória! Será preciso fazer um plano de leituras e disponibilizar pelo menos 3-4 horas diárias para ler, à secretária, com boa luz, em silêncio, sem interrupções, apenas fazendo breves pausas, de hora a hora, para descansar ou trincar qualquer coisa. Ninguém vai achar divertido fazê-lo! É como um remédio malcheiroso que é preciso tomar para nos vermos livres de uma grave doença que nos está a matar (uma morte que, neste caso, é intelectual mas que não deixa de ser tão dramática como a morte física)!
Como o passado mostra que ninguém pode apenas confiar na sua própria força de vontade, haverá um controle diário do número de páginas lidas bem como das fichas de leitura concluídas. Todos os dias logo após o jantar… Sem excepção nem falha! Quem passar no controle, poderá, então, usar uma parte do serão para o computador (chat, jogo ou outro), para ver televisão, para ir à garagem … Nos casos em que a apreciação do trabalho feito tiver sido muito boa, será possível ainda obter autorização para usar uma parte do dia seguinte para outras coisas como andar de bicicleta, estar com amigos/amigas, etc. Em caso de falha, não haverá nem TV, nem computador, nem garagem, nem saídas para fora de casa até os objectivos estarem de novo em dia!
Ao lado deste programa de emergência, cada um dos filhos deverá ainda produzir o seu próprio plano de progresso/recuperação noutras áreas:
(…)
Além disso, deverão fazer, todas as semanas, duas mini-leituras adicionais em inglês, de artigos da Newsweek e do Economist que serão seleccionados pelo pai todas as semanas.
No que respeita às filhas e aos pais, o objectivo de todos terem lido os livros propostos até final do ano também se aplica. Quem já leu mais, está melhor: tem menos para ler agora…
Lista de livros obrigatórios (literatura mundial)
Literatura anglo-saxónica
Literatura russa
Literatura francesa
Alexandre DUMAS, O Conde de Monte Cristo
André MALRAUX, A Condição Humana
Marcel PROUST, Em Busca do Tempo Perdido – 1º volume
Gustave FLAUBERT, Madame Bovary
Honoré de BALZAC, A Comédia Humana
Victor HUGO, Os Miseráveis
Albert CAMUS, A Peste
Emile ZOLA, Nana
François VOLTAIRE, Cândido
Jules VERNE, Volta ao Mundo em 80 Dias
Literatura italiana
G. Tomaso di LAMPEDUSA, O Leopardo
Literatura espanhola
Literatura alemã
Franz KAFKA, A Metamorfose
Tomas MANN, A Montanha Mágica
Literatura do Norte da Europa
Lista de livros obrigatórios (língua portuguesa)